Em maio/25, tirei férias “Zeca Pagodinho”, sem nenhum plano definido e a vida me levou para o norte do Espírito Santo. Nessa viagem de 14 dias, o Criador (que é a minha vida e a razão da minha existência) foi meu guia de turismo e se encarregou de fazer todo o roteiro e escolher a dedo cada encontro e cada vivência. Um dia de cada vez a programação ía se desenhando, costurando natureza exuberante, espiritualidade, gastronomia afetiva e conexões humanas profundas. Muito além de um passeio turístico, essa jornada foi um convite ao cuidado, à escuta e à beleza em seus detalhes mais sutis.
Ibiraçu: o Buda Gigante e Igrejinha na Pedra
A primeira parada foi rápida para comprar mexericas e logo em seguida conhecer o Buda Gigante. Em poucos minutos o silêncio do espaço já nos coloca em estado de presença. Também tem uma pequena capela. Mais adiante na BR 101 pode ser vista a igrejinha construída em cima de uma enorme pedra.
Itaúnas: palavra, poesia e afeto
Foram seis dias na encantadora Vila de Itaúnas, distrito de São Mateus, onde participei da Festa da Palavra e até declamei a poesia Autoconhecimento no Sarau à beira do Rio. Fiquei hospedada na acolhedora Pousada Bem Viver, um verdadeiro recanto de afeto e sustentabilidade. Ali, cada detalhe acolhe: sabonetes artesanais, roupas de cama, água fresca em jarro de barro, estandarte com meu nome na porta do quarto. O brunch artesanal é uma experiência sensorial carregada de propósito, com misturas especiarias intencionais e alimentos oriundos da agricultura familiar e quilombola.
A natureza também participou da cura: pôr do sol visto do terraço todos os dias, meditação sonora com handpan, visita de um beija-flor e até um chá de cúrcuma e pimenta oferecido para aliviar uma dor no braço. A pousada é perfeita para mulheres que viajam sozinhas: segura, delicada e cheia de vida.
Todos os dias ia à praia caminhando pela trilha e voltava pelas dunas. Depois um banho de rio e um almoço de comida bem caseira. Prepare os ouvidos para a sinfonia de pássaros.
Aproveitei o último dia para apreciar uma exposição de fotos “As Paneleiras”, além de um passeio de barco no Rio Itaúnas e comprar um livro sobre o tradicional Ticumbi.
São Mateus: espiritualidade, porcelanas e gastronomia
Em São Mateus, vivi uma experiência marcante ao ficar hospedada por 2 dias no Mosteiro Virgem de Guadalupe e participar da programação completa que inclui missa diária, e salmos em canto gregoriano. Pude conhecer como foi construído o Mosteiro em detalhes explicados pelo artista Cláudio Pastro num livreto. Outro fato curioso, um padre (Kayo) de Itamaraju-BA (Paróquia Cristo Rei do Universo) também estava hospedado lá e fizemos algumas refeições juntos. Momentos que eu chamaria de café, almoço ou jantar filosóficos. A hospedaria oferece quatro refeições diárias e a programação espiritual opcional, num ambiente onde o silêncio organiza a alma.
Aproveitei também para visitar o outlet da Oxford Porcelanas — peças de qualidade a preços muito acessíveis, com variedade e elegância que encantam.
Ao lado do Mosteiro ainda vivi um jantar que merece destaque: o restaurante Tatá Cozinha de Origem, de extremo bom gosto em cada detalhe, onde a gastronomia entrega tudo o que promete com louvor. A decoração, de estética impecável, reflete com perfeição o conceito da casa. Os pratos impressionam pela combinação ousada de sabores e apresentação minuciosa. A entrada de arroz negro com camarão foi memorável, e até o pé de jambo, em plena floração, parecia fazer parte da cenografia com seu tapete de flores. A música ambiente suave e a simpatia e gentileza da Carol, completaram a noite perfeita.
Antes de seguir viagem, passei pelo Porto de São Mateus, que tem um potencial turístico incrível mas está merecendo uma revitalização.
Linhares: natureza e acolhimento refinado
Em Linhares, me hospedei na Ecopousada Camaleão, à beira do Rio Ipiranga, um lugar onde tudo foi pensado para gerar memórias. A hospitalidade do casal Marco e Gê é de outro mundo: ele, um verdadeiro cicerone dos atrativos locais; ela, alquimista da cozinha afetiva, com seus pães de fermentação natural e delicadezas feitas à mão.
Fiz canoa havaiana pelo Rio, dei comida para a égua Diana, brinquei com os goldens, subi na torre(mirante) onde pude admirar o pôr do sol, a beleza e o canto dos pássaros de diversas cores e espécies.
Por conta própria, conheci a praia de naturismo em Barra Seca, que fica a 3 km da pousada. É preciso fazer uma pequena travessia de barco. Contei com a gentileza de Coquinho, um pescador local e sua família. Recomendo que esse passeio seja feito em grupo.
Também aproveitei o outlet da Cacau Show, parada obrigatória para os amantes de chocolate.
Pancas: natureza deslumbrante, trilhas, terapia ancestral
Estou profundamente apaixonada por Pancas! Um dos lugares mais lindos que já conheci. Suas formações rochosas monumentais são cenário de trilhas, tirolesa, voo livre e balonismo. Fiquei hospedada na Pousada Recanto da Prata e recebida por Audiceia e Luiz, um casal que une simplicidade, cuidado e amor pela terra. A pousada, com piscina em meio às pedras, natureza e inúmeros pássaros, quartos confortáveis e refeições preparadas na hora com muito amor, é um convite ao descanso e à troca. Tudo uma delícia de comer rezando.
Fiz a Trilha do Operário com os guias Helinho e Cláudio, que me levaram a mirantes com vistas de 360°, contaram histórias locais, explicaram sobre a fauna e flora e me apresentaram à terapia com barro da Dona Edna — uma vivência ancestral de autocuidado em meio à natureza, no Recanto Natural. Eu fui literalmente enterrada! Seu neto me encantou, fazendo a divulgação de Pancas, filmando, narrando as belezas e ainda cantando em pomerano.
Subi de carro até a Rampa de Voo Livre, que também apresenta uma paisagem espetacular! Outro atrativo surpreendentemente lindo é o Poço da Dona Laura, de águas esverdeadas. Lá tive uma experiência psicodélica que foi comprovada por outros turistas: ao ficar debaixo da queda d’água, com os olhos fechados, a sensação é de ver flashes de luzes que mudam de cor, amarelo, vermelho, azul, verde entre outras.
Colatina e João Neiva: despedidas e sabores
No caminho de volta, passei por Colatina a tempo de ver o famoso pôr do sol no Rio Doce e finalizei a viagem em João Neiva, onde participei do acolhedor Festival de Queijos e Vinhos, encerrando a jornada com sabor e música.
Essa viagem foi mais que uma movimentação entre destinos, foi uma viagem interna, de autoconhecimento, de exercitar sair do controle, ficar confortável em não ter planos, aberta ao novo, respirar, relaxar, aproveitar e me curar de mim. Reencontrei a força das pequenas comunidades, o valor das histórias locais e a beleza que mora nos gestos simples.
O norte do Espírito Santo pulsa vida, afeto e autenticidade. E eu volto maior do que fui, mais cheia de mundo e de mim. Meu coração é pura gratidão a Deus e a cada uma dessas pessoas maravilhosas que encontrei pelo caminho, que me acolheram e confiaram em mim, sem me conhecer. Aprendi muito com todas elas e com as situações.
Norte do ES – Essência da Jornada
Ibiraçu
- Buda Gigante
- Igrejinha no alto da pedra
Itaúnas
- Observação de aves nas dunas e na restinga
- Passeio de barco no Rio Itaúnas
- Brunch artesanal afetivo
São Mateus
- Missa e salmos em canto gregoriano no Mosteiro Virgem de Guadalupe
- Outlet da Oxford Porcelanas
- Tatá Cozinha de Origem
Linhares
- Passeio de canoa havaiana pelo Rio Ipiranga
- Barra Seca – Praia de naturismo
- Observação de aves no Mirante
- Outlet da Cacau Show
Pancas
- Trilha do Operário com vistas de 360° e guias locais
- Terapia ancestral com Dona Edna: barro, reflexologia, saberes da terra
- Observação de aves e fauna nativa
- Café da manhã artesanal, massas frescas e refeições com afeto
Colatina
- Pôr do Sol no Rio Doce
João Neiva
- Festival de Queijos e Vinhos: sabores regionais e encontros culturais
Dica de ouro: leve repelente.
Esse trajeto é indicado para ir de carro ou moto.
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