O que dizer do Prêmio Mulher Arcelor Mittal?
Eu pensei que fosse só mais um prêmio, daqueles em que você se inscreve, um grupo elege as melhores candidatas em cada categoria e pronto. Mas eu estava totalmente enganada.
A inscrição já foi uma superação, pois não foi nada fácil vencer essa primeira etapa.
A partir do momento em que a Penélope anunciou que eu estava entre as finalistas, se iniciou um processo cujo nível de cuidado é indescritível.
Todas as finalistas foram adicionadas a um grupo no Whatsapp e ali começou uma jornada muito além da Jornada de Aprendizagem proposta pela WIS. Esta soube passar muito mais que conteúdo. Deixou legado que as conexões entre as pessoas são o que há de mais importante. E nós não deixamos por menos, aproveitamos essa linda oportunidade e nos conectamos de forma tão intensa, nos interessando pelo projeto umas das outras de tal forma que estar em primeiro lugar deixou de fazer sentido. Sim, nessa caminhada, o sentimento que esteve presente e mais forte foi o de não estarmos mais sozinhas. Falo por mim, mas sei que muitas concordarão. Não chegamos aqui para competir, mas para dar visibilidade a projetos que tenham por objetivo melhorar a vida das pessoas, aliviar a dor, gerar qualidade de vida e principalmente reduzir a desigualdade.
O reconhecimento de sermos tratadas como mulheres-maravilha foi um bálsamo nas lutas diárias que travamos para ter voz em meio a um mundo tão masculino e individualista. E ainda nos sentirmos valorizadas e fortalecidas por uma rede de mulheres que vislumbram um mundo melhor e arregaçam as mangas, dando seu melhor para transformar o cenário social, mesmo que impactando um número pequeno de pessoas. O ambiente acolhedor e fértil em que fomos envolvidas, como um ninho, um colo de mãe, um útero, nos fez florescer e parir ideias, amizades, admiração mútua.
É muito difícil encontrar pessoas no nosso meio que estejam falando sobre problemas sociais e agindo. A maioria ainda anda anestesiada pelas distrações do mundo ou entorpecida pelos próprios problemas. Uma pena que essa rede do bem seja composta de tão poucas e ainda tão espalhadas. A boa notícia é que esse prêmio conseguiu unir 37 dessas pessoas e eu parei de me sentir um peixe fora d’água. Opa, encontrei minha turma, uma das turmas…
Encerro minha fala com o coração cheio de amor e gratidão a todas as envolvidas nesse processo, à Equipe tão carinhosa e dedicada da WIS e da Liga de Mkt, às mentoras, à Arcelor Mittal, às finalistas, à vida, aos que acreditaram no Projeto Turismo em Rede e o tornaram possível, à Comunidade de Maebá e de Belo Horizonte, Anchieta-ES, a Deus que me conduziu até aqui.
Meu desejo é que cada vez mais mulheres se envolvam nas causas sociais e usem os talentos que receberam para transbordar amor em serviço e dessa forma estar no lugar certo, na hora certa, fazendo o que tem que ser feito para a construção de um mundo melhor e mais justo.
Cristine Aoni
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