Vale do Catimbau, um lugar mágico!

Cenário natural da Novela Mar do Sertão que vale a pena incluir na lista de desejos.

“O Parque Nacional do Catimbau, fica localizado dentro de 3 municípios do estado de Pernambuco, são eles: Ibimirim, Tupanatinga e Buíque, este último por onde ocorre a maior parte da visitação atual, fica a cerca de 300 km da capital Recife, agreste meridional tem uma grande transição para o sertão nordestino com paisagens, mirantes e sítios arqueológicos, o Parna do Catimbau ou Vale do Catimbau é o segundo maior parque arqueológico do país (perdendo apenas para o Parque Nacional Serra da Capivara – PI), com mais de 62 mil hectares de caatinga, bioma único no mundo, sua vegetação é predominante do semi-árido, a formação rochosa amplamente sedimentar, com mais de 2 mil cavernas, cemitérios de povos originários e paleolíticos são encontradas em toda a área de Parque.” Klauss Florêncio

Nunca tinha ouvido falar do Vale do Catimbau, até que um amigo, sabendo da minha viagem para Nordeste, no estilo mochileira desbravadora, recomendou que eu não deixasse de conhecer o interior de Pernambuco, incluindo o Catimbau. Como a expedição começou na ABAV Expo, maior feira de turismo da América Latina que aconteceu em Recife de 20 a 23 de setembro de 2022, a primeira coisa que fiz foi organizar minha agenda para participar de todas as palestras envolvendo: turismo de base comunitária, turismo criativo, interiorização do turismo,turismo de experiência, destinos inusitados e temáticos, Vale do Catimbau e Maranhão. A mágica da conexão começou a tomar corpo. Foi aí que conheci o Guia de Montanha, uma agência formada por Klauss, Diego e Thiago que se uniram para mostrar o Catimbau ao mundo de um modo muito especial, tornando cada momento, uma experiência única de integração com a natureza e com o próximo, seja entre os grupos formados, os próprios guias e a comunidade local.

O Klauss foi quem me deu toda a assistência desde bem antes de chegar ao Vale, com todo tipo de orientação e direcionamento de como me deslocar para lá sozinha e as alternativas de transfer, que nessa região é algo desafiador pela oferta escassa. Também foi lá no Catimbau Hostel que fica na Vila do Catimbau, que por indicação dele fiquei hospedada 4 dias e me senti como parte da família, interagindo com a Gaya (cadelinha hiperativa e amorosa), suas crianças super fofas e Lara que é monitora e vende alguns artigos de produtoras locais, como mel, cosméticos, óleos e outros produtos que são oferecidos aos hóspedes.

No primeiro dia me integrei a um grupo de adultos e crianças de Recife para facilitar os deslocamentos. Foi uma experiência incrível. Fizemos diversas trilhas, dentre elas Chapadão, Sítio Arqueológico Homens sem Cabeça, Pedra da Igrejinha, Trilha dos Breus, Serra das Estatuetas; onde nos mostraram o som da chuva que o mandacaru faz ao acariciá-lo com as mãos, como fazer fogo tipo escoteiro, como vivem as famílias que moram no Vale, os artesãos e suas obras esculpidas em madeira, mel orgânico, por do sol e nascer da lua… Pudemos apreciar a culinária local no restaurante de comida típica do sertão e agreste nordestino, carne de bode e carneiro. À noite, com a lua cheia, os guias prepararam uma surpresa, uma roda de violão e percussão em volta da fogueira em frente à tapera. Agora mesmo fui olhar se tapera era um nome mais adequado para a cabana e vejam só o significado: “Aquilo que é feito a partir do amor acontece além do bem e do mal.” Não podia ser melhor.

Foi uma noite mágica, fria e quente, vento gelado, corações aquecidos pelo amor e os corpos aquecidos pelo fogo, pela música e por todo aquele clima que nos envolvia, as crianças comendo marshmallow derretido, como nos escoteiros dos filmes e desenhos. Confesso que me senti criança também. Conversa boa, histórias misteriosas dos moradores e sentimento de plenitude.

Também dormi um dia na Fazenda Porto Seguro para me aprofundar nas histórias do “Meu Rei” e sentir a energia do lugar, visitando o Palácio de Pau (Casa do Israel Sadabe, fundador da fazenda) e Pedra do Chapeuzinho. Outra experiência que recomendo. Dessa vez o guia foi Thiago que nos acompanhou também no dia seguinte nas trilhas do Santuário, Serra das Torres, Casco da Tartaruga e Lapiais (que apelidei carinhosamente de Bolo de Rolo).

Toda essa incrível experiência que vivenciei de corpo e alma só foi possível graças a essa maravilhosa equipe de guias, Klauss, Thiago e Diego, que com toda destreza conseguiram me apresentar o Catimbau de forma ímpar, particular e com riqueza de detalhes.

Sou eternamente grata ao @guia.demontanha por esses dias lindos! Encantada com tudo que vi e vivi!

Gratidão, amigos!

Cristine Aoni